A vida cotidiana na mesopotâmia
Escravos e pessoas de condições mais
humildes levavam o mesmo tipo de vida. A alimentação era muito simples:
pão de cevada, um punhado de tâmaras e um pouco de cerveja leve. Isso
era a base do cardápio diário. Às vezes comiam legumes, lentilha,
feijão e pepino ou, ainda, algum peixe pescado nos rios ou canais. A
carne era um alimento raro.
Na habitação, a mesma simplicidade. Às
vezes a casa era um simples cubo de tijolos crus, revestidos de barro. O
telhado era plano e feito com troncos de palmeiras e argila
comprimida. Esse tipo de telhado tinha a desvantagem de deixar passar a
água nas chuvas mais torrenciais, mas em tempos normais era usado como
terraço.
As casas não tinham janelas e à noite
eram iluminadas por lampiões de óleo de gergelim. Os insetos eram
abundantes nas moradias.
Os ricos se alimentavam melhor e
moravam em casas mais confortáveis que os pobres. Mesmo assim, quando
as epidemias se abatiam sobre as cidades, a mortalidade era a mesma em
todas as camadas sociais.
Política e economia
A organização política da Mesopotâmia
tinha um soberano divinizado, assessorado por burocratas- sacerdotes,
que administravam a distribuição de terras, o sistema de irrigação e as
obras hidráulicas. O sistema financeiro ficava a cargo de um templo,
que funcionava como um verdadeiro banco, emprestando sementes,
distribuído um documento semelhante ao cheque bancário moderno e
cobrando juros sobre as sementes emprestadas.
Em linhas gerais pode-se dizer que a
forma de produção predominante na Mesopotâmia baseou-se na propriedade
coletiva das terras administrada pelos templos e palácios. Os
indivíduos só usufruíam da terra enquanto membros dessas comunidades.
Acredita-se que quase todos os meios de produção estavam sobre o
controle do déspota, personificações do Estado, e dos templos. O templo
era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de acordo com
as necessidades, além de proprietário de boa parte das terras: é o que
se denomina cidade templo.
Administradas por uma corporação de
sacerdotes, as terras, que teoricamente eram dos deuses, eram entregues
aos camponeses. Cada família recebia um lote de terra e devia entregar
ao templo uma parte da colheita como pagamento pelo uso útil da terra.
Já as propriedades particulares eram cultivadas por assalariados ou
arrendatários.
Entre os sumérios havia a escravidão, porém o número de escravos era relativamente pequeno.
A agricultura
A agricultura era base da economia neste
período. A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do terceiro milênio
a.C. baseava-se na agricultura de irrigação. Cultivavam trigo, cevada,
linho, gergelim (sésamo, de onde extraiam o azeite para alimentação e
iluminação), arvores frutíferas, raízes e legumes. Os instrumentos de
trabalho eram rudimentares, em geral de pedra, madeira e barro. O
bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro milênio a.C.,
porem, a verdadeira revolução ocorreu com a sua utilização, isto já no
final do segundo milênio antes da Era Cristã. Usavam o arado semeador, a
grade e carros de roda;
A criação de animais
A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante desenvolvida.
O comércio
Os comerciantes eram funcionários a
serviço dos templos e do palácio. Apesar disso, podiam fazer negócios
por conta própria. A situação geográfica e a pobreza de matérias primas
favoreceram os empreendimentos mercantis. As caravanas de mercadores
iam vender seus produtos e buscar o marfim da Índia, a madeira do
Líbano, o cobre de Chipre e o estanho de Cáucaso. Exportavam tecidos de
linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes.
As transações comerciais eram feitas na
base de troca, criando um padrão de troca inicialmente representado
pela cevada e depois pelos metais que circulavam sobre as mais diversas
formas, sem jamais atingir, no entanto, a forma de moeda. A existência
de um comércio muito intenso deu origem a uma organização economia
sólida, que realizava operações como empréstimos a juros, corretagem e
sociedades em negócios. Usavam recibos, escrituras e cartas de
crédito.
O comércio foi uma figura importante na
sociedade mesopotâmica, e o fortalecimento do grupo mercantil provocou
mudanças significativas, que acabaram por influenciar na desagregação
da forma de produção templário-palaciana dominante na Mesopotâmia.
As ciências a astronomia
Entre os babilônicos, foi a principal
ciência. Notáveis eram os conhecimentos dos sacerdotes no campo da
astronomia, muito ligada e mesmo subordinada a astrologia. As torres
dos templos serviam de observatórios astronômicos. Conheciam as
diferenças entre os planetas e as estrelas e sabiam prever eclipses
lunares e solares. Dividiram o ano em meses, os meses em semanas, as
semanas em sete dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta
minutos e os minutos em sessenta segundos. Os elementos da astronomia
elaborada pelos mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos,
dos árabes e deram origem à astronomia dos europeus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário