O Direito
O Código de Hamurabi, até pouco tempo o
primeiro código de leis que se tinha notícia, não é original. É uma
compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas. Ele
apresenta uma diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de
penas para uma vasta gama de crimes.
Contém 282 leis, abrangendo praticamente
todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo comércio,
propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas
acusações e escravidão. Suas principais características são: Pena ou
Lei de Talião, isto é, "olho por olho, dente por dente" (o castigo do
criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por ele
cometido), desigualdade perante a lei (as punições variavam de acordo
com a posição social da vitima e do infrator), divisão da sociedade em
classes (os homens livres, os escravos e um grupo intermediário pouco
conhecido - os mushkhinum) e igualdade de filiação na distribuição da
herança.
O Código de Hamurabi reflete a
preocupação em disciplinar a vida econômica (controle dos preços,
organização dos artesãos, etc.) e garantir o regime de propriedade
privada da terra. Os textos jurídicos mesopotâmicos invocavam os deuses
da justiça, os mesmos da adivinhação, que decretavam as leis e
presidiam os julgamentos.
Legenda: inscrição do Código de Hamurabi.
As artes
A mais desenvolvida das artes, porém não
era tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e
pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados
cópias dos existentes nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na
região. O zigurate, torre de vários andares, foi a construção
característica das cidades-estados sumerianas. Nas construções,
empregavam argila, ladrilhos e tijolos.
Escultura e a pintura
Tanto a escultura quanto a pintura eram
fundamentalmente decorativas. A escultura era pobre, representada pelo
baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigantesca e original.
Os relevos do palácio de Assurbanipal são obras de artistas
excepcionais. A pintura mural existia em função da arquitetura.
A música e a dança
A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião.
Quando os fiéis estavam reunidos,
cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de música.
Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: " Glória, louvor
tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a enumeração
de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.
Nas cerimônias de penitência, os hinos
eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam eles, relembrando os
sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas que
desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos,
acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto
interromper-se e as onomatopéias "ua", "ui", "ua", sucederem-se em toda
uma linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não
retomá-la senão quando todos, em coro tivessem gemido bastante.
A procissão, finalmente, muitas vezes
acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as cerimônias civis. Sobre
um baixo-relevo assírio do British Museum que representa a tomada da
cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e se apresenta
diante do vencedor, precedida de música, enquanto as mulheres do
cortejo batem palmas à oriental para compassar a marcha.
O canto também tinha ligações com a
magia.
Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos
de amor, de ódio, de guerra, cantos de caça, de evocação dos mortos,
cantos para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe.
A dança, que é o gesto, o ato
reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é mímica,
aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra,
de caça, de amor etc.
Danças rituais têm sido representadas
em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em Thecheme-Ali, perto de
Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de Susa,
cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos,
cabelos ao vento, executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se
danças no curso dos festins sagrados (tumbas reais de Ur).
O legado dos povos mesopotâmicos
Herdamos dos povos mesopotâmicos vários elementos de nossa cultura. Vejamos alguns:
- o ano de 12 meses e a semana de 7 dias;
- a divisão do dia em 24 horas;
- a crença nos horóscopos e os doze signos do zodíaco;
- a previsão dos eclipses.
- o hábito de fazer o plantio de acordo com as fases da lua;
- a circunferência de 360 graus;
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