O governo nas cidades-Estados
As cidades-Estado gregas conheceram a
maioria dos sistemas de governo existentes hoje. Atenas e Esparta, que
sempre foram rivais, podem servir de exemplos para estudarmos os tipos
de governo que existiram nas demais cidades.
A monarquia foi o regime político
inicial em todas as póleis gregas; todas elas foram, pelo menos
inicialmente, governadas por reis. Além de governarem as cidades, os
reis também desempenhavam funções religiosas, atuando como sacerdotes e
representantes dos deuses.
Na cidade de Esparta o governo era
exercido simultaneamente por dois reis e dele participavam duas
assembléias: a Apela, formada por representantes do povo, e a Gerúsia,
um conselho de anciãos. O poder dos reis espartanos era limitado;
magistrados dos conhecidos como éforos vigiavam suas atividades.
As leis em Esparta foram elaboradas por Licurgo, o legislador que transformou a cidade em um Estado militarista.
Outro sistema conhecido pelos gregos foi
a oligarquia, em que o poder ficava dividido entre pessoas que
pertenciam às famílias mais importantes de uma cidade. O termo
oligarquia significa “governo de poucos”.
Em algumas cidades, os governos
oligárquicos foram derrubados pela força. Aqueles que assumiam o poder
em seguida eram conhecidos como tiranos.
A tirania – governo dos tiranos – se estabelecia e se mantinha no poder por meio da força.
O ostracismo
O reformador Clistenes implantou uma lei
em Atenas determinando eu qualquer cidadão que ameaçasse a segurança da
cidade poderia ser condenado ao exílio por dez anos, isso era chamado
de ostracismo. Ela lei procurava evitar que se repetisse um governo
tirano em Atenas.
Imagem de uma ostraca, objeto em que se escreviam os nomes dos condenados ao ostracismo. Essa é a ostraca em que foi escrito o nome de Themistocles, estadista e general grego.
O período clássico
A democracia ateniense atingiu seu
apogeu durante o governo de Péricles, no século V a.C. que marcou o
início do chamado Período Clássico.
Contudo, as desavenças internas, a
escassez de terras e a necessidade de expansão do comércio levaram as
cidades gregas, entre elas Atenas, a conquistar várias áreas coloniais,
próximas ou distantes. Os espartanos não gostaram dessa expansão
territorial de Atenas e a disputa por melhores terras determinou a
criação de dois grupos rivais: a Liga do Peloponeso, liderada por
Esparta, e a Liga de Delos, sob a liderança de Atenas.
No início do século V a.C., iniciou-se a
chamada Guerra do Peloponeso, na qual Atenas saiu derrotada. Esse
acontecimento foi o começo do declínio das antigas cidades-Estados
gregas.
Gregos contra Persas
Entre os séculos VI e V a.C., a expansão
do Império Persa passou a ameaçar a autonomia das cidades-estados
gregas. Por volta de 500 a.C., os persas dominavam várias colônias
gregas na Ásia Menor e seu objetivo era conquistar também a Grécia. Na
luta contra o inimigo comum, as cidades-estados se uniram e conseguiram
derrotar os persas em várias batalhas. Esse conflito, que durou vários
anos, ficou conhecido como Guerras Greco-pérsicas ou Guerras Médicas,
assim denominadas porque os gregos chamavam os persas de medos.
Gregos contra gregos
A decadência da civilização grega
iniciou-se a partir das Guerras do Peloponeso, quando os gregos lutaram
contra os gregos. As origens do conflito estão no descontentamento
geral, sobretudo de Esparta, em relação à supremacia ateniense.
Esparta era aristocrática e estava
determinada a manter sua organização sem interferências ou influencias
atenienses. Atenas, democrática e também poderosa guerreira, estava
disposta a impor suas idéias e princípios.
Na primeira fase da guerra, entre 431 e
421 a.C., houve um certo equilíbrio entre as partes, com espartanos e
atenienses conseguindo algumas vitórias. Após esse período as duas
cidades fizeram um acordo de paz que deveria durar 50 anos.
Entre 415 e 413 a.C., a trégua foi
quebrada pelos atenienses, que desejavam conquistar regiões dominadas
pelos espartanos. Atenas foi derrotada e perdeu parte de sua frota e
contingente militar. Os anos seguintes, de 413 a 404 a.C., podem ser
considerados de ofensiva dos espartanos. Esparta aniquilou
definitivamente Atenas, já bastante enfraquecida pelas perdas
anteriores, iniciando sua hegemonia (domínio) sobre o mundo grego.
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